top of page

Em um futuro (presente) possível, impacto e inovação andam juntos



Vivemos em tempos de desafios sem precedentes. As crises climáticas se intensificam a cada ano, enquanto as desigualdades crescem de forma alarmante em várias regiões do mundo. As pessoas estão esgotadas, o planeta está no limite do limite e a transformação digital joga esse desafio para um patamar ainda mais determinante. Não podemos mais adiar a necessidade de gerar mais impacto positivo em todos os níveis da sociedade. E mais do que isso, fomentar e fortalecer soluções com potencial de escala e que seja convergente com uma agenda comum entre sociedade civil, governos e o mundo corporativo. 


Vejo que a agenda 2030 com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pode ser essa chave para abordar questões críticas e avançar na prática de compromissos dos setores para garantir os avanços que precisamos alcançar.


Mas não conseguiremos promover mudanças duradouras e disruptivas sem colaboração e inovação. Já chegamos no meio do caminho e encontrar soluções que alcancem o máximo de pessoas em um menor tempo possível não é mais uma opção, é mandatório. O objetivo precisa ser comum a todos e é urgente: construir um mundo mais sustentável e equitativo para a nossa geração e para as que estão por vir.


A convergência entre impacto e inovação


A distinção entre impacto e inovação é fundamental para compreendermos o papel dinâmico da mudança na sociedade contemporânea. A inovação, como processo de introdução de novas ideias, produtos ou métodos, tem sido um motor essencial, impulsionando avanços tecnológicos, econômicos e sociais necessários.

 

É muito potente testemunhar quando a implementação de projeto com escuta mais apurada das pessoas envolvidas nos leva a modelos metodológicos mais coerentes e contextualizados, muitas vezes mais enxutos, e nem por isso são menos eficientes na colheita de resultados. Foi o que vi recentemente no formato de trabalho do Secoya com a população Yanomami lá no Amazonas. 


Da mesma forma, tenho conhecido experiências inspiradoras de organizações que têm criado tecnologias para dar respostas a problemas sociais graves. É o caso do NOSSAS e do Mapa do Acolhimento, onde tive a oportunidade de vivenciar a dinâmica interna e super ágil de tocar o dia a dia. Por outro lado, vejo organizações históricas como a FASE, com uma capacidade incrível de se reinventar para oferecer as melhores soluções junto ao seu público, tratando questões profundas como o debate climático vinculado às cidades interconectando com outros direitos como a moradia digna, por exemplo.

 

E o que as conecta, apesar da diferença de cultura, tamanho, história? 


É aqui que entra o conceito de impacto: a avaliação do efeito concreto que uma inovação tem sobre as pessoas, comunidades e o meio ambiente.


Enquanto a inovação é o catalisador da mudança, o impacto é a medida de sua eficácia e relevância. Então, maximizar o potencial de uma nova ideia ou tecnologia demanda necessariamente considerar os resultados imediatos não deixando de lado os efeitos de longo prazo em diversos aspectos da sociedade, incluindo equidade, sustentabilidade e justiça social.


Embora impacto e inovação sejam conceitos distintos, eles frequentemente convergem em esforços para promover mudanças positivas. Uma inovação verdadeiramente transformadora não apenas introduz algo novo, mas identifica áreas onde ela é necessária para abordar desafios persistentes e criar soluções mais eficazes e sustentáveis.

 

Assim, ao reconhecer e nutrir essa interseção, podemos trabalhar em direção a um futuro mais justo, inclusivo e próspero.


A colaboração como abordagem coletiva


Diante deste panorama, a importância da ação coletiva e do impacto significativo nunca foi tão evidente. Não podemos mais confiar apenas em soluções individuais ou fragmentadas para resolver problemas complexos, ainda que elas sejam muito importantes em suas especificidades. O desafio aqui requer uma abordagem holística e colaborativa, envolvendo governos, empresas privadas, ONGs, startups, negócios de impacto e todos os setores da sociedade.


Impacto, inclusive, tem sido um conceito muito utilizado pelos diferentes setores, mas precisamos considerá-la na sua devida importância e relevância. O impacto não se limita apenas a medidas quantitativas, como redução de emissões de carbono ou aumento da renda média. Envolve também transformações qualitativas nas relações sociais, na distribuição de recursos e no acesso a oportunidades.


E me parece que a colaboração pode ser uma abordagem em que ONGs, startups e negócios de impacto desempenham um papel fundamental na jornada rumo a um mundo mais justo e sustentável. Escolhi trabalhar com esses três atores justamente por entender que juntas, maximizam o impacto e tendo recursos para materializar ideias também faz parte desta caminhada.


As ONGs têm a expertise e o compromisso de promover mudanças sociais e ambientais, mobilizando recursos e promovendo conscientização. As startups, por sua vez, trazem inovação, agilidade para o desenvolvimento de soluções criativas e escalabilidade. Já os negócios de impacto combinam lucro com propósito, demonstrando que é possível gerar retorno financeiro enquanto se contribui para o bem-estar de todo mundo. 


E aí, voltamos aos ODS. Ao abordar uma ampla gama de desafios, desde a erradicação da pobreza até a promoção da igualdade de gênero e a proteção do meio ambiente, os ODS fornecem um roteiro didático para orientar os esforços globais de desenvolvimento. Essa abordagem holística cria um ambiente propício para a colaboração e o compartilhamento de conhecimento, uma força-tarefa que pode ser ainda mais robusta com o envolvimento da Filantropia, das grandes fundações, dos governos, organizações da sociedade civil, setor privado e outras partes interessadas, estimulando a inovação em diversas áreas.


Além disso, os ODS estimulam uma abordagem de inovação responsável, incentivando a criação e implementação de soluções que não apenas abordam as necessidades imediatas, mas também promovem a sustentabilidade a longo prazo. Essa ênfase na sustentabilidade impulsiona a busca por tecnologias limpas, modelos de negócios inclusivos e práticas de produção e consumo responsáveis. 


E onde estão os recursos necessários para que a mudança aconteça?


Garantir que ideias ousadas e inovadoras se materializem e saiam do papel é o meu grande propósito. Para isso, garantir o investimento, apoio ou financiamento dessas iniciativas é fundamental. Então, se comprometer com a agenda 2030 é também se comprometer em alocar recursos para que os ODS sejam alcançados.

 

Existem diversos formatos, alguns bem novos, como o blended finance, que tem objetivo de reunir recursos de diferentes atores para alavancar ideias e gerar impacto. Além disso, existe um movimento muito relevante de busca da democratização dos recursos como o feito pela Iniciativa Pipa aqui no Brasil. E um dado que precisa ser levado em conta é o despertar dos investidores para o investimento de impacto, um volume histórico de recursos corporativos para causas sociais trazendo mais gente para a roda. 


A verdade é que os recursos que irão promover a mudança estão em constante movimento, e é papel de todo mundo contribuir com essa grande ciranda, seja através do financiamento, da colaboração ou do apoio ativo às iniciativas que impulsionam o progresso em direção a um mundo melhor.


E aí, você vai protagonizar as mudanças que queremos?


Espero te encontrar ao longo dessa caminhada!


Vamos de mãos dadas,


Daiane Dultra

20 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
Subir topo.png
bottom of page